
No mês passado eu completei 24 anos de batismo. Foi numa tarde de sábado que o Pr. Almiro Passos impôs a mão sobre a minha cabeça, invocou a Trindade e me batizou.
Coube a minha irmã mais velha me dizer algumas coisas importantes antes da cerimônia. Ela me orientou sobre a necessidade da reverência e o espírito de oração que eu deveria manter enquanto aguardava a minha vez para entrar no tanque batismal.
Até aquele momento uma ansiedade misturava-se com a alegria de entregar meu coração a Jesus. Mas, quando fui mergulhado naquelas águas e de lá fui resgatado pelo meu velho amigo... a alegria deu lugar ao desespero.
Eu realmente acreditava que ressurgiria uma pessoa diferente. Aos onze anos eu já tinha condições de reconhecer que não era uma boa pessoa. Desejei ter novas vontades e novos hábitos ao sair daquele tanque. Contudo, não senti nada extraordinário. Eu parecia exatamente o mesmo de alguns minutos atrás. Senti vergonha de confessar minha agonia.
Algumas dessas frustrações tem se arrastado ao longo dessas mais de duas décadas. Depois de semanas de oração e apelos atendidos eu já pensei várias vezes: “agora vai!” Em cada Santa Ceia ou retiro espiritual o anelo é que tudo será diferente. Você já amargou sensação semelhante? Bem vindo ao clube.
Cada vez que trocamos os pés pelas mãos devemos lembrar que precisamos continuar marchando. Porque mesmo “sem ter alcançado, uma coisa faço, esquecendo das coisas que para trás ficam [...] prossigo para o alvo da soberana vocação”. Filipenses 3:13, 14.
Miseráveis como somos, Ele continua nos amando, embora Se recuse a deixar-nos desse jeito. Não jogue a toalha, o padrão é alto e desistir não é uma opção válida.
Naquela tarde de dezembro, faltou alguém pra me dizer que o batismo não era o fim do processo, mas uma parte dele. O Deus que fez algo por mim não abre mão de fazer algo em mim. Isso pode levar uma vida toda. Só não pode parar.
Um abraço do seu amigo e pastor,
Manolo